Uma pesquisa recente de professores da Universidade Livre de Berlim, em parceria com a Universidade Federal da Minas Gerais e Universidade de Brasília (UNB) revelou que quase três quintos (59,4%) dos domicílios brasileiros no final do ano 2020 apresentaram um crescente grau de insegurança alimentar. Conversamos com José Arlindo Soares, que é sociólogo e pesquisador do Centro Josué de Castro, sobre esse cenário de recrudescimento da fome e quais as possíveis saídas para o País.
José Arlindo explica que os dados dessa pesquisa não significam que todo esse conjunto dos 59,4% dos brasileiros estejam em uma situação de fome absoluta, mas o estudo aponta que essas famílias diminuíram o consumo de alimentos em importantes níveis. “É considerado um domicílio que vive em insegurança alimentar ou em uma situação de incerteza quanto ao acesso de comida quando a família já foi obrigada a reduzir a quantidade e a qualidade de alimentos que consumia. No Nordeste, na nossa região, a situação é mais grave, o fato ocorre em 73% das casas”, afirma o pesquisador.